No calendário da Saúde, o mês de julho é marcado pela Campanha Nacional de Prevenção às Hepatites Virais. Com o objetivo de alertar a população de Marília e promover testes rápidos, o SAE/CTA (Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e Aconselhamento) promove uma série de ações na cidade. Neste sábado (08), das 08h às 16h, o ônibus da Saúde estará estacionado na rua Nove de Julho, na popular “Ilha da Galeria Atenas”.
A partir de iniciativa e propostas brasileiras, a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2010, instituiu a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
Em Marília, durante o ano de 2016 foram notificados 68 novos casos. Nos primeiros seis meses deste ano, a Vigilância Epidemiológica do município registrou nove notificações da doença.
Para estimular a triagem e diagnóstico, além de alertar a população para a prevenção, a Secretaria Municipal de Saúde de Marília intensificou as ações “extramuros”, ou seja, fora das unidades de atendimento. O alerta foi reforçado por meio de faixas e distribuição de material informativo.
ENTENDA A DOENÇA
Alessandra Pereira, coordenadora do Programa de Prevenção a ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) da Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que os testes rápidos têm função de triagem. Em caso de resultado positivo, é necessária a realização de exame laboratorial.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem.
Alessandra explica que as hepatites causam a inflamação do fígado por ação viral, devido ao uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas. Doenças autoimunes, metabólicas e genéticas também podem ser causa da doença. A transmissão varia de acordo com o vírus, podendo ocorrer por contato sexual, exposição vertical (mãe/filho), contato com objetos contaminados, fecal/oral e acidentes biológicos em geral.
AGRAVAMENTO
Há o risco da doença evoluir (tornar-se crônica) e causarem danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo.
Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor.