Com a proximidade das votações das reformas trabalhista e previdenciária, as centrais sindicais e movimentos sociais iniciam uma série de ações, tendo Brasília como alvo principal. Uma mobilização foi realizada na última quarta-feira, com visitas a gabinetes no Congresso, e no próximo dia 24, as entidades farão marcha e ocupação na capital federal.
Segundo as centrais, haverá atividades nas bases sindicais e nas ruas para continuar e aprofundar o debate com os trabalhadores e a população sobre os efeitos negativos das reformas para toda a sociedade e para o desenvolvimento econômico e social brasileiro. Uma nova greve geral é uma possibilidade. “Todas as categorias vão ocupar Brasília. Teremos uma jornada de luta em Brasília em defesa não só dos bancos públicos, mas também contra a retirada de direitos dos trabalhadores, principalmente com a reforma da Previdência, que é um desmonte total”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis e Região, Hélio Paiva Matos. “É necessário abrir concurso, tanto para a CEF quanto para o Banco do Brasil. Está havendo reclamação nas agências por falta de mão de obra. Isso acaba afetando também a imagem do próprio banco”, destaca, ao denunciar que essa falta de funcionários pode se tratar de uma estratégia do banco de justificar a necessidade de venda da instituição, em caso de privatização. “Então esses movimentos acabam realmente prejudicando a instituição. E os trabalhadores estão no dia a dia tentando reconstruir o banco. Mas o que está acontecendo na alta direção é o contrário”, completa. Ele comentou também sobre a importância dos recursos do FGTS para a Caixa Econômica Federal e para os brasileiros. “Foram 7,6 milhões de pessoas aptas a sacar quase R$ 11 bilhões. Isso tem um impacto. Além disso, todos nós sabemos que os bancos privados estão de olho nos depósitos de Fundo de Garantia para que isso vá para outros bancos. Fundo de Garantia financia o ‘Minha Casa Minha Vida’, os financiamentos imobiliários e também de saneamento”, destaca ao ressaltar que esses recursos estão sob ameaça. “É muito importante a manutenção do FGTS na CEF e preservar esse fundo como uma poupança brasileira, muito importante para a infraestrutura. A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos vem se somar com outras frentes. E tem uma grande frente em defesa das empresas públicas. Isso é defesa contra o desmonte do Estado. E é uma defesa que o Estado tem, ainda estrategicamente, de se financiar, sem depender do capital externo e do capital privado”. A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos está em discussão entre o movimento sindical e social com os deputados e senadores e deve ser lançada oficialmente no Congresso Nacional ainda no primeiro semestre do ano. Já o ‘Ocupa Brasília’, continua na próxima semana com a marcha das centrais sindicais, marcada para o dia 24. (Colaborou Assessoria de Imprensa) |