A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo vai controlar e acompanhar a comercialização de agroquímicos por meio do Gestão de Defesa Animal e Vegetal, o Gedave. O cadastramento dos produtores paulistas é obrigatório e o prazo para se inscrever termina em 1º de janeiro de 2019. Depois dessa data, quem não estiver devidamente cadastrado no sistema será impedido de realizar aquisição de defensivos. O produtor tem que informar todas as culturas que produz em sua propriedade. Fabricantes e revendedores também são obrigados a se cadastrar e quem não informar ficará impedido de vender ou comprar.
Para os representantes dos sindicatos rurais de Cândido Mota, Assis, Maracaí, Pedrinhas Paulista e Cruzália, esse sistema ‘será mais um obstáculo no processo de produção agropecuária’. “Vai ser mais uma burocracia para atrapalhar a vida do produtor”, afirma Antônio ‘Tico’ Jabur, presidente do Sindicato Rural de Cândido Mota.
Além da exigência do cadastramento, os produtores temem que o tal controle, em vez de facilitar, ‘vai embaralhar toda a rotina no campo com suas exigências nada práticas’.
Outro produtor que questiona a função do Gedave é Izo David, do Sindicato Rural de Assis. “Defensivo é um dos insumos mais caros no processo produtivo. Só aplicamos o mínimo possível. Não vamos comprar um produto caro para aplicar à toa”, disse. David também acredita que na prática esse sistema não contribuirá com nada. “É muito fácil para o governo criar um mecanismo de controle e deixar que os produtores se virem com o fornecimento de informações e ainda sejam punidos por não aderirem ao cadastro e ficarem sem adquirir os insumos para a próxima safra”.
Os produtores afirmam que esse ‘excesso de zelo por parte do governo vai ser mais um tiro que sairá pela culatra’. “Ao impor tantas regras e exigir documentação pra tudo, o governo facilita justamente o que quer impedir: a comercialização informal e o uso ilegal de produtos”, dizem os sindicalistas. E completam: “Os sindicatos rurais da região estão empenhados em defender os produtores contra essa insensatez. Pois ao contrário do que o governo estadual afirma, isso não facilita a rotina no campo”.