Um terrível jogo viral tem provocado alarme no mundo todo. Ele é investigado por causar a morte de jovens, inclusive no Brasil. Trata-se do ‘Blue Whale’ ou ‘Baleia Azul’, que consiste em uma série de 50 desafios, que devem ser cumpridos diariamente pelo participante e que chegam por meio de mensagens (WhatsApp, Facebook, SMS e outros aplicativos e redes sociais). O jogo propõe desafios macabros aos adolescentes, como fazer fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se, ficar doente e, na etapa final, cometer suicídio.
Em Cândido Mota, o assunto está causando grande preocupação entre pais e responsáveis. O caso vem sendo bastante debatido nas redes sociais, entre professores e educadores, que devem estar atentos a qualquer indicativo da criança estar participando do jogo.
A psicóloga cândido-motense, Juliana Cassemiro (CRP 06/105721), disse que todos devem estar em alerta. “Os pais devem atrair a confiança dos filhos através do diálogo franco e aberto sem qualquer tipo de repressão, além de observar se o filho vem apresentando comportamento de isolamento, tristeza aguda, decepção amorosa, comportamentos depressivos e atitudes suicidas. É muito importante prestar a atenção no corpo, se não existe sinais de mutilação ou queimaduras”, disse.
A psicóloga pede ainda que os pais evitem que os filhos fiquem expostos até altas horas na internet e assistindo filmes na televisão de madrugada. “Os pais devem observar se o filho não está saindo de casa escondido em horários pela madrugada, com o objetivo de cumprir tarefas impostas pelo jogo, além de supervisionar os acessos na internet e, se possível, deixar o computador num local comum e visível da casa”, ressaltou.
“É preciso respeitar o espaço da criança e adolescente, mas se mantendo atento àquilo que acontece com ele. Conhecer a rotina dos filhos, entender o que fazem, conhecer os amigos, incentivar que tenham projetos para o futuro e tracem metas, são dicas para mantê-los longe deste tipo de perigo”, finalizou Juliana.
‘Baleia Azul’
Aparentemente, o fenômeno começou na Rússia, mas está se espalhando. No Brasil, por enquanto, há pelo menos três casos de morte em investigação policial com possível envolvimento com o jogo. Recentemente, a imprensa divulgou que uma jovem de 16 anos, de Vila Rica, no Mato Grosso, cometeu suicídio, além de um menino de 19 anos, de Pará de Minas, em Minas Gerais, ambas as mortes atribuídas ao jogo ‘Baleia Azul’.
No último fim de semana, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que vai abrir um inquérito para apurar a morte de um adolescente de 15 anos, encontrado morto em casa, na região nordeste de Belo Horizonte. A suspeita é que ele também seja vítima do jogo, já que a última mensagem publicada por ele, em uma rede social, faz referência ao ‘Baleia Azul’. Ele escreveu: ‘A culpa é da baleia’, seguido de ‘emojis’ de risadas. Uma hora antes, ele havia feito uma publicação ao ato de tirar a própria vida: “Todo mundo é tão legal com você até te levar ao ponto de cometer suicídio.” O rapaz foi encontrado sem vida, com uma corda no pescoço e as mãos amarradas.
O prefeito de Curitiba, Rafael Grecca, convocou uma reunião às pressas, inclusive com representantes do Governo do Estado, para alertar a sociedade do perigo que representa o jogo. Na capital paranaense, segundo o próprio Grecca, há sete adolescentes internados, vítimas de complicações causadas pelo jogo.
Mais próximo da região, em Bauru, um jovem tentou se atirar de uma ponte, ontem de manhã. Ele foi salvo pelos bombeiros, que, por sorte, chegaram a tempo.