O Museu de Paleontologia de Marília recebe até 4 de junho duas pesquisadoras integrantes da equipe de trabalho com fósseis do Museu de História Natural de Los Angeles (EUA).
O objetivo da visita é o trabalho, juntamente com William Nava, paleontólogo e coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, com fósseis de aves da época dos dinossauros. Trata-se de uma parceira entre William Nava e o prof. Dr. Luis Chiappe, firmada em 2015 no Uruguai, durante um evento de paleontologia naquele país.
As pesquisadoras Maureen Walsh e Stephanie Abramowicz visitam pela primeira vez a cidade de Marília e chegam com a incumbência de dar prosseguimento ao trabalho de preparação de rochas, contendo pequenos ossos fossilizados de um grupo de aves extintas que viveu na Era dos Dinossauros.
Além da preparação de fósseis, estão sendo produzidas centenas de fotos minuciosas desses materiais, que serão posteriormente incluídas nas descrições científicas das espécies.
Nava já trabalha com esses fósseis há quase 14 anos, quando descobriu sítio paleontológico das aves extintas, em 2004, coletando e preparando então, centenas de fragmentos de rochas contendo pequenos ossos e restos cranianos associados à essas aves.
O material fóssil é de extrema importância do ponto de vista científico e paleoambiental, já que se trata de um registro fóssil bastante raro em nível de continente americano e deverá trazer importantes informações morfológicas e evolutivas.
A parceria firmada em 2015 com o paleontólogo e ex-diretor do Museu de H. N de Los Angeles, Luis Chiappe, que esteve duas vezes em Marília no ano passado e deve regressar novamente dia 2 de junho próximo para se juntar à equipe, contará também com a colaboração do paleontólogo argentino Agustin Martinelli, grande parceiro de William Nava em estudos de pequenos fósseis descobertos no oeste paulista.
Dos trabalhos de preparação em curso, surgirão importantes dados que serão levados a Los Angeles para melhor interpretação e serão associados a dados colhidos no ano passado. As fotos servirão para comparações anatômicas com fósseis de aves semelhantes a estas, mas descobertas na China, Argentina, Mongólia e Espanha.
O material fóssil das aves depositado no Museu de Paleontologia de Marília não se destina à visitação, pois são elementos um tanto quanto frágeis, exigindo cuidados.
Os pesquisadores estimam que das centenas de fósseis, considerando ossos desarticulados e outros formando esqueletos delicadamente preservados, existam ao menos quatro espécies novas para o continente americano, conferindo a esses achados, um grau de preservação em 3D, possibilitando estudos atuais e futuros.
Esse é mais um avanço no estudo e no entendimento de como tais pequenos fósseis ficaram preservados com riqueza de detalhes, abrindo a possibilidade de muitos estudos científicos.
Todos estes estudos divulgarão mundialmente o nome do Museu de Paleontologia, da cidade de Marília (por estarem catalogados aqui) e a localidade de onde provém (Presidente Prudente) região tão rica em fósseis quanto Marília.
Fotos: Secretaria da Cultura