Marília recebeu do Ministério da Saúde certificado de reconhecimento pela realização de testes rápidos de Aids em 100% dos pacientes com diagnóstico positivo para tuberculose.
A cobertura foi obtida com o empenho do Programa Municipal de Prevenção às ISTs/Aids (Infecções Sexualmente Transmissíveis), da Vigilância Epidemiológica.
A testagem desse público é considerada estratégica para evitar agravos à saúde e perdas de vidas, uma vez que a tuberculose é a principal causa de morte de soropositivos. Os casos mais graves decorrem, em geral, de desconhecimento da doença e diagnóstico tardio.
O resultado de 100% de testagem no município foi obtido na Campanha Fique Sabendo, realizada no final de 2017, durante mobilização para promover informação, diagnóstico e tratamento de Aids e doenças sexualmente transmissíveis.
A secretária municipal da Saúde, Kátia Santana, parabenizou a equipe e lembrou que a rede oferece, rotineiramente, uma série de serviços, incluindo exames para diversas doenças. “A prevenção evita dores, sofrimento, altos custos socioeconômicos para o país e, principalmente, vidas preciosas”, disse a gestora.
ANTIGO E PRESENTE
Considerada doença histórica (até em múmias já foram encontrados indícios da infecção), a tuberculose tem cura e acomete cerca de 70 mil pessoas no Brasil, por ano. Porém, o surgimento do HIV gerou uma nova situação: pessoas infectadas pelo vírus da Aids têm quase 30 vezes mais chance de adoecer com tuberculose.
A enfermeira Alessandra Pereira de Souza, responsável pelo programa, relata que atualmente 26 pacientes estão em tratamento contra a tuberculose na cidade. Quem tem apenas a doença respiratória é tratado na rede básica. Já as pessoas em comorbidade (mais de uma doença combinada) são acompanhadas no SAE (Serviço de Atendimento Especializado).
“Esse reconhecimento do Ministério da Saúde é resultado do trabalho da equipe especializada e da rede municipal como um todo. As unidades básicas (UBSs e USFs) são muito importantes para que tenhamos esse vínculo com o paciente e possamos fazer o acompanhamento. Compartilhamos a conquista”, disse a enfermeira.
ALERTA
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 10% e 12% das pessoas com a doença respiratória são também infectadas pelo vírus da Aids. Por isso é importante que o monitoramento seja contínuo, ou seja, testes rápidos em pessoas com tuberculose e observação de sintomas respiratórios, em soropositivos.
Os principais sintomas relatados são perda de peso, tosse, catarro, febre e sudorese (especialmente à noite). Esses indícios devem ser comunicados à equipe de saúde sem demora. O teste para tuberculose é simples e feito em todas as unidades básicas, mediante a coleta de escarro.
Foto: Júlio César de Carlis